Odeio narrar. Mas essa história que ouvi da mulher que estava ao meu lado no ônibus, me fez odiar mais certos tipos de homem. Let’s Go !
Naquela manhã bucólica, ela contava tudo para a amiga no telefone:
Ela, é uma segurança da CSA, e estava indignada com seu Engenheiro. Seu trabalho depende da aprovação dele para que tudo se inicie, ela libere a equipe e todos vão suar naqueles macacões encardidos (sempre achei aquilo uma maldade, mas... ).
“Sexta feira, meu engenheiro me chamou para almoçar...”.
Sabia que tinha sacanagem no meio.
“Ai no meio do almoço ele começou a me contar que ia pegar uma amiga da irmã, e disse que seria a noite do abate...”.
Não era o que eu imaginava...
“Ele é um babaca mesmo... quero ver como ele ia trabalhar no sábado de manhã... aí acordei, cheguei 7hs na empresa. Cadê ele? Não estava... o rádio desligado, o outro engenheiro foi na minha sala perguntando por ele, e eu desesperada pq precisava da liberação dele pro pessoal ir trabalhar... eram 25 homens, fazendo nada, e o trabalho acumulando”.
Péssima eu né, gente? Eu achando que a menina tava saindo com o chefe e ela preocupada com a produção...
“Sei que a hora passou, passou, e todos tentando ligar pra ele a manhã toda. Quando dá 11:40 o sujeito aparece bêbado.. e me contando os detalhes sórdidos da noite anterior com a menina de 22 anos, é mole?! Eu pedindo pra ele assinar a liberação, e ele não dizia não querer falar de trabalho, acredita? Depois disso ele foi almoçar, depois do almoço ele quer tomar café, fumar.. e eu quase implorando pra ele liberar meu pessoal pra trabalhar!!! Achei isso um absurdo”.
É, menina do ônibus, os homens são assim mesmo. Descobriu tarde, heim.
“Sei que no final das contas, ele foi assinar minha liberação às 13hs da tarde. Conclusão: ninguém conseguiu terminar a tempo, e tivemos que trabalhar domingo. Pior de tudo, é que meu telefone toca segunda feira, e quem era? O diretor da CSA. Perguntando sobre a produção de sábado, oq estava havendo com minha frente de trabalho”.
Pausa para ouvir a amiga do outro lado da linha. Acredito que ela perguntou “e oq vc disse pra ele?”
Daí, a morena macho se explicou:
“Eu disse que ia me empenhar e me esforçar para que aquilo não acontecesse de novo”.
Tai a diferença de uma mulher no meio de um bando de homem: proteção mesmo sem o sujeito ter merecido.
Será, que você, meu querido leitor, faria a mesma coisa?
Arriscaria seu emprego para não entregar um colega de trabalho, mesmo que não tenha merecido?
Convenhamos que o cara é Engenheiro, ela é Segurança. A corda arrebenta pro lado mais fraco nesta merda de democracia que é o nosso país.
Mas isso é outro papo.
E aí, o que você faria?