domingo, 20 de novembro de 2011

Lost.

Por: Camilla Azuos às 20:54 0 entrometimentos
No escuro, você está aflito, suando, tentando procurar uma saída e não consegue. Parece um labirinto, cheio de falsas saídas.
Você sabe que na saída, vai ter um lindo futuro te esperando, por isso não vê a hora de chegar lá. Mas enquanto isso, você se esgota, se doa, se entrega.
Sabe, sozinho, ela nunca vai conseguir. Em algum lugar desse labirinto existe alguém na mesma situação que ela: louco pra sair dali.
Continue procurando...
Uma hora os dois se encontram e começam a procurar a saída juntos. Sair de um labirinto não significa 'procurar' e sim, 'pensar' na melhor forma de escapar.
No meio desta jornada haverão obstáculos, e em um deles, você pode cair, se machucar e perder a vontade de sair e se desesperar. Isso é normal! As barreiras foram feitas para serem quebradas.
Ela caiu, e precisou de ajuda. O desespero tomou conta, seus olhos estavam inchados de tanto chorar, e aquele sentimento de incapacidade tomava conta. O que ela esperava era que o outro estendesse a mão para ajudar, que a segurasse em seus braços e simplesmente dissesse coisas bonitas em seu ouvido para que pudesse ajudá-la a se sentir mais forte para que ela pudesse levantar e continuar sua jornada juntos.
Mas isso não aconteceu.
Ponto final.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Não sei.

Por: Camilla Azuos às 12:21 0 entrometimentos

Eu não sei se corri
Ou se andei em passos lentos
Nem senti os ventos
Se foram bons ou maus
Não sei dizer
Tinha vontade de novo
Os mesmos caminhos percorrer

Partindo do ponto inicial
De onde a primeira vez parti
Talvez sentiria agora
Coisas de natureza
Que outrora não senti.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Dos olhos de quem vê.

Por: Camilla Azuos às 23:00 0 entrometimentos

Existem lugares que nunca se chega, existem corações que nunca se conquistam.
A palavra 'empatia' não deveria existir no dicionário. O ser humano não entende (e nunca vai entender) o significado desta palavra tão importante.
Ninguém irá sair de seu aconchego e comodidade e irá tentar sentir a sua dor. Não se iluda.
Ninguém jamais entenderá que o nó da tua garganta foi feito aos poucos, e que a cada espinho fincado na sua pele, a respiração fica mais difícil.
Enquanto sua testa suava, seus pensamentos maquinavam, a outra pessoa não percebia que seu coração estava machucado, que a tua dor era cinza... não havia o mínimo de empatia dessa parte.
De qualquer forma, cante uma canção, respire, brinde a vida! A felicidade dura apenas um segundo. É impressionante como achamos que o último capítulo do livro é um romance entre os príncipes. Não, não é!
O último capítulo da história é fechar os olhos e não sentir nada, nem dor. Ainda que não haja um sorriso, fechar os olhos e não sentir remorso, é o ápice!
Tente agora! Veja se dá certo.... Deu? Não, né?! Bem... o que temos a fazer é, além de aprender, é ter o dom de perdoar.
Sem hipocrisia, sem demagogia: perdoar a si mesmo. Perdoar o próximo é dom divino, e isso, nenhum mortal vindo da lama deve saber fazer.
Mesmo que com os olhos fechados, você ainda sinta o remorso, perdoe-se! A coisa mais bela do mundo é a auto-admiração.
Vista-se, corra pro mundo, e que, quando você machucou alguém lá atras, tenha sido o único momento cinza. Não faça de novo, não mesmo. Burrice é acreditar que bater com a cabeça na parede vai te levar à algum lugar.
Em alguns momentos, farão te acreditar que você não vai chegar lá. E você não vai mesmo. Conforme-se... Nem tudo que almejamos conseguimos, e se conformar com isso pode ser a melhor saída para desistir do impossível. Não insista em corações indomáveis, não insista em quedas. Não devemos, não podemos...

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Por: Camilla Azuos às 10:00 0 entrometimentos
Felizmente ou infelizmente, minha inspiração é a dor.




*~

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Go straight ahead!

Por: Camilla Azuos às 00:41 1 entrometimentos

Coloque as mãos sobre a pele: Sinta a temperatura, a textura, os pêlos.
Feche os olhos: Veja, mas veja com a alma.
Cale-se: Apenas ouça. Ouça o silêncio, principalmente. Descarte os ruídos, eles te abafam o som da verdade.
Respire fundo, sinta o cheiro deste buquê em forma de poesia.
Pode parecer pouco, mas o pouco é suficiente. O suficiente para viver, para agir com lucidez.
Não se deixe enganar pelo falso, pelo 'pirata', pela réplica, pelo genérico.
No meio do caminho não haverá uma pedra. Haverá demônios com face de anjos. As pedras são invisíveis, cabe ao explorador parar para enxergá-las ou não.
Renda-se. Não há motivos para temer a chegada. Haverá muitas paradas, muitos momentos em que o falso, vai parecer verdadeiro. Ao primeiro toque, se quebrará feito cristal e mostrará a verdadeira face.
Vá em frente, siga acreditando. O caminho é longo, árduo. Haverá tempestades, mas também haverá belíssimos dias.
A propósito, apegue-se com esta palavra "belo". Veja a beleza das coisas, mesmo nos dias chuvosos... se chove, chove por algum motivo. Flores necessitam de água para sobreviver, e nos dias de sol enfeitar.
Siga sempre em frente... até encontrar!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Vital.

Por: Camilla Azuos às 22:55 1 entrometimentos

Estava sol, fazia um dia lindo.
Olhei à minha direita e enxerguei um lindo jardim com flores amarelas, que bailavam com a sutil brisa da manhã. Olhei à minha esquerda e vi uma árvore, também linda, que se destacava com seu verde intenso junto ao belo jardim.
Ao me aproximar, vi que a árvore era bem maior do que eu imaginei. Parecia antiga, mas nem assim eu conseguia desviar meu olhar dela. Ela fazia uma sombra super agradável, e não resisti, sentei ali, sentindo aquela doce brisa passar pelos meus cabelos, e apenas contemplei a paisagem. De tão linda chorei... chorei até soluçar. Era o motivo da minha alegria!
Quando me acalmei, abri os olhos e senti que a brisa havia parado. Mas havia paz no lugar, dava pra sentir, e ouvir. Era surreal.
O meu único desejo era que aquele momento nunca mais acabasse, que jamais eu pudesse chorar por tristeza, ou sentir dor. Por muito tempo, permaneci ali, sentindo o perfume das flores, sentindo o sol queimar minha pele, a brisa, sentada à beira da linda árvore que fazia a sombra mais perfeita que já existiu.
Certo dia, ao abrir os olhos, no lugar do lindo jardim, havia uma poça de lama, escura. No lugar do céu azul e ensolarado, haviam nuvens negras, caía uma chuva fina. Era um dia triste, o clima estava pesado. Eu sentia frio, e não tinha como me aquecer. A sensação de solidão foi tomando conta, até eu perceber que a minha perfeita árvore, que fora minha amiga durante esse tempo todo, não era mais verde. Havia somente galhos secos, estava completamente destruída, com pedaços de madeira pelos cantos. Sua seiva escorria, e ela parecia sangrar...
Eu estava sozinha ali, com frio, e minha árvore havia morrido, o motivo de minha maior alegria havia sido destruída, assim, de um dia pro outro, repentinamente.
Foi aí que acordei, e havia ao meu lado uma única e brilhante folha verde.

domingo, 31 de julho de 2011

Amor barato

Por: Camilla Azuos às 00:09 1 entrometimentos
Meg, a baratinha passeava pelo esgoto, quando conheceu Bobby, o rato.
Todos do imundo local sabiam da paixão que os dois tinham.
A cada dia que passava o casalsinho sujo não se desgrudava e o sentimento só fazia crescer.
Todos os dias, Meg declarava seu amor por Bobby, que retribuia com doçura, afinco, ternura.
Tudo ia bem, até que algo aconteceu.
O que aconteceu?
Não sei dizer!
Mas que aconteceu, aconteceu.
A Baratinha, quando declarava seu amor ao ratinho, a recíproca já não existia mais. Para Bobby, tudo estava chato e cinza, como o esgoto.
Meg então resolveu consertar as coisas: Foi às ruas, juntou todos os tipos de resto de comida que Bobby mais gostava e levou para tentar agradar seu amor.
Enquanto o ratinho se deliciava com o banquete preparado pela sua amada, Meg perguntou "o que te aflige, querido?''. Bobby respondeu ''Nada! Tudo está bem, querida!".
Meg se satisfez, achando que era apenas a falta de boa comida, e resolveu esquecer o assunto.
O rato e a barata foram muito felizes durante um tempo. Até que Bobby estava estranho novamente.
E lá se vai a insetinha consertar as coisas.
Cantarolando, Meg vai à cidade e recolhe muitos farelos de biscoitinhos que seu amado adorava e levou para eles e mais uma vez perguntou: "O que há, querido?", "Nada, querida, está tudo ok".
E Meg e Bobby foram felizes por um tempo.
Até que um dia Bobby some.
Meg procura nos quatro cantos do esgoto. Foi à casa da lacraia Thabata, e lá ele não estava. Foi à casa do gongolo Greg e lá ele também não estava. Não havia mais onde procurar!
Foi então, que Meg deu-se conta: alguma coisa aconteceu, e ela não viu. E ela maquiou o problema por muito tempo, mentindo pra si própria que o esgoto era o melhor lugar do mundo para o amor dos dois. Não era o bastante. Bobby foi em busca de algo, que Meg, desconhecia.
E a baratinha ficou triste, sentadinha em cima da tampa de refrigerante vermelha.
Meg se culpava por algo que ela não conseguia resolver. E Meg estava triste, sentada sobre a tampa de refrigerante vermelha...

quinta-feira, 31 de março de 2011

Josefina, menina de sorte.

Por: Camilla Azuos às 10:52 1 entrometimentos

Josefina saiu do trabalho sem a carteira.

Dentro de seu bolso, haviam 3 reais e 40 centavos.

Na cidade do Paraíso, a passagem de ônibus custa exatamente o valor que estava em seu bolso.

Era uma tarde chuvosa, e Josefina estava com os pés enxarcados, com a maior vontade de estar em casa.

Num surto, veio um transporte alternativo quase suicida nesta região: a van.

Josefina não pensou e entrou.

Sentou, relaxou...

Abriu a bolsa para pagar a passagem e constatou que a carteira não estava ali.

Momento de tensão...................................

Colocou a mão no bolso, surpresa: tinha dinheiro! Mas...

Esquecera que a van custava míseros 35 centavos a mais.

Pensou "obviamente tem algumas moedinhas perdidas na bolsa, certo?!".

Errado!

O desespero tomou conta. Passar como caloteira, não era uma coisa que Josefina gostava.

O que pensar? O que dizer ao motorista?

Josefina então, esperou chegar no ponto final para explicar ao motorista que não teria os 35 centavos para completar a passagem.

Todas as pessoas desceram, ficou só ela e o motorista:

- Moço, quanto é a passagem?

- 3,40.

- Han?

- 3,40.

- O que houve? Ajustaram a passagem para menos?

- Não me faça perguntas. Resolvi abaixar por nossa conta!


Sorte existe?

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Um dia qualquer...

Por: Camilla Azuos às 18:26 0 entrometimentos

Odeio narrar. Mas essa história que ouvi da mulher que estava ao meu lado no ônibus, me fez odiar mais certos tipos de homem. Let’s Go !


Naquela manhã bucólica, ela contava tudo para a amiga no telefone:

“Pô cara, você não acredita oq aconteceu esse final de semana...”
A partir daí, achei que fosse algum assunto relacionado ao peguete, a bebedeira do fim de semana no bar do Bigode.. Camilla, tsc tsc... você tem uma veia negra pulsando na testa...

Ela, é uma segurança da CSA, e estava indignada com seu Engenheiro. Seu trabalho depende da aprovação dele para que tudo se inicie, ela libere a equipe e todos vão suar naqueles macacões encardidos (sempre achei aquilo uma maldade, mas... ).

“Sexta feira, meu engenheiro me chamou para almoçar...”.

Sabia que tinha sacanagem no meio.

“Ai no meio do almoço ele começou a me contar que ia pegar uma amiga da irmã, e disse que seria a noite do abate...”.

Não era o que eu imaginava...

“Ele é um babaca mesmo... quero ver como ele ia trabalhar no sábado de manhã... aí acordei, cheguei 7hs na empresa. Cadê ele? Não estava... o rádio desligado, o outro engenheiro foi na minha sala perguntando por ele, e eu desesperada pq precisava da liberação dele pro pessoal ir trabalhar... eram 25 homens, fazendo nada, e o trabalho acumulando”.

Péssima eu né, gente? Eu achando que a menina tava saindo com o chefe e ela preocupada com a produção...

“Sei que a hora passou, passou, e todos tentando ligar pra ele a manhã toda. Quando dá 11:40 o sujeito aparece bêbado.. e me contando os detalhes sórdidos da noite anterior com a menina de 22 anos, é mole?! Eu pedindo pra ele assinar a liberação, e ele não dizia não querer falar de trabalho, acredita? Depois disso ele foi almoçar, depois do almoço ele quer tomar café, fumar.. e eu quase implorando pra ele liberar meu pessoal pra trabalhar!!! Achei isso um absurdo”.

É, menina do ônibus, os homens são assim mesmo. Descobriu tarde, heim.

“Sei que no final das contas, ele foi assinar minha liberação às 13hs da tarde. Conclusão: ninguém conseguiu terminar a tempo, e tivemos que trabalhar domingo. Pior de tudo, é que meu telefone toca segunda feira, e quem era? O diretor da CSA. Perguntando sobre a produção de sábado, oq estava havendo com minha frente de trabalho”.

Pausa para ouvir a amiga do outro lado da linha. Acredito que ela perguntou “e oq vc disse pra ele?”

Daí, a morena macho se explicou:

“Eu disse que ia me empenhar e me esforçar para que aquilo não acontecesse de novo”.

Tai a diferença de uma mulher no meio de um bando de homem: proteção mesmo sem o sujeito ter merecido.

Será, que você, meu querido leitor, faria a mesma coisa?

Arriscaria seu emprego para não entregar um colega de trabalho, mesmo que não tenha merecido?

Convenhamos que o cara é Engenheiro, ela é Segurança. A corda arrebenta pro lado mais fraco nesta merda de democracia que é o nosso país.

Mas isso é outro papo.

E aí, o que você faria?

 

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