Eu quero, eu preciso voltar a sorrir. Cansei dessa luz cinza, não aguento mais respirar fumaça, cansei de retirar escombros.
Estou tão dividida! Abrir os olhos e enxergar o turvo, ou fechar o olhos e ver escuridão? Não há saída. Ou eu enfrento, ou me entrego.
Eu escolhi me entregar. Meu corpo cobra, minha mente implora, meus olhos pedem descanso das lágrimas.
Meu coração palpita mais rápido que a velocidade da luz, e não para de doer, de sangrar, de reclamar.
Não aguento mais viver no deserto. Não aguento mais ter sede. Não aguento mais estar com o rosto salpicado de areia, arranhando minha pele, criando feridas, escorrendo sangue misturado ao meu suor. A agonia, da dor, a agonia da dor, a maldita da agonia da dor.
Não aguento mais. Não aguento mais !